pra coisa nenhuma. mesmo.
antes tarde do que nunca
em 1998 a
madonna produz com o
william orbit o ray of light. nunca tinha ouvido – ainda não ouvi, na verdade –, mas acima de tudo nunca tinha ouvido com cuidado "frozen", coisa que só fiz quando baixei o excelente clip que o chris cunningham, sempre ele, fez pra canção. matadora em sua batida quebrada, no clima de trip-hop alcançado sem tentativa de ser modernoso "for the sake of it", melodia foda, etc. mas isso – espero – todo mundo já sabe. procurando versões remixadas da música, descubro que quase todo mundo que tocou na música destruiu. menção especial ao todd terry, que fez um remix lamentável tirando toda a graça e transformando a canção num dance genérico (os club mix e extended club mix não ficam muito atrás). a versão dos stere mc's é interessante, mesmo que o trabalho deles tenha sido de pegar a base genérica deles e associar à música. a salvação veio do próprio william orbit, que fez um remix inacreditável, que consegue ao mesmo tempo ser mais experimental e dançável do que o original. caso ainda não tenham sido apresentados, corram logo: meltdown mix. faixa 4 do single original, diz o allmusic. então seja.
primeiras audições
esse post deveria sair ontem, quando eu ainda não tinha ouvido o novo do sonic youth pela primeira vez, mas lá vai do mesmo jeito...
respeitáveis à beça os novos de
christian fennesz e
sonic youth. longe de qualquer coisa que eles não tenham feito antes, mas ainda assim pra lá de interessantes. um pouco mais preocupante no caso do sonic youth, que com o nurse faz o seu terceiro disco que não acrescenta sons novos ao naipe do grupo. a gente ouve um timbre de guitarra e é remetido pra outras músicas e outras sonoridades que eles já tinham descoberto antes, do washing machine ao dirty. com o fennesz, fica mais aceitável, uma vez que o sujeito ainda está construindo o som dele. aliás, no venice o cara nunca foi tão guitarreiro (no sentido kevin shields da coisa), a não ser no primeiro ep, instrument (que abre a compilação field recordings), que levava a guitarra a níveis mais abrasivos do que "cheios" à la dream-pop. cada vez mais o fennesz se distancia de black dice e merzbow pra chegar a my bloody valentine, m83 e música contemporânea religiosa do século xx (me remeteu a olivier messiaen algumas vezes). mas ainda é primeira audição, e há algumas considerações a mais pra fazer. sobre o grupo de thurston moore, lee ranaldo e cia., resta a dizer que eles cada vez mais trabalham em terreno conhecido, e não lapidam o que já haviam feito. mesmo assim, as duas primeiras e a cantada pelo lee ranaldo – só uma nesse disco, o que é sempre preocupante – são de tirar o fôlego. tá meio contraditória essa declaração, mas o post é isso aí mesmo, como qualquer primeira impressão de algo que nem decepciona nem maravilha. a pedra de toque do dia foi de fato o disco ao vivo do quinteto de jazz do yoshihide otomo (
otomo toshihide's nez jazz quintet), onjq live.
pra coisa nenhuma de volta na área!
depois de dois meses e meio, muita coisa escutada (não tanto quanto nas melhores épocas, mas ainda assim alguma coisa...), discos novos de múm, lali puna ainda a comentar, discos novos de sonic youth (nurse), fennesz (venice), sufjan stevens (seven swans) e caetano veloso (a foreign sound) ainda a ouvir e comentar, além de alguns artistas a perseguir mais detidamente a obra (william basinski, lhasa, john fahey)
por enquanto, vamos só com um top 10 obrigatório (ou quase) das festinhas em que eu dou som:
britney spears toxic (bloodshy & avant intoxicated mix)
ms. john soda go check
kelis milkshake
st. etienne amateur
elizeth cardoso até amanhã
broadcast man is not a bird
missy elliott pass that dutch
zombies she's not there
almir guineto mel na boca
outkast my favorite things
