pra coisa nenhuma. mesmo.
quarta-feira, agosto 18, 2004
 
inge de bruijn fan club
uma das coisas mais interessantes que definitivamente ocorreram nesses anos 00 foi uma espécie de descoberta por parte do meio rock das possibilidades expressivas da música improvisada. não que isso fosse inédito: mike patton trabalhou com improvisadores como john zorn e yamatsuka eye, e até grupos majoritariamente de canções como o mercury rev entraram na seara da improvisação, notadamente nos dois primeiros discos. mas a "free music", derivação do free jazz e da improvisação livre, só atinge o mundo do rock em cheio nesses últimos anos, com uma quantidade sempre crescente de bandas que misturam em graus diversos a improvisação espiritual de um sun ra com o noise abrasivo dos grupos japoneses.
animal collective, jackie-o motherfucker, lightning bolt, black dice, no-neck blues band, sunn O))), a silver mt. zion são bandas tão talentosas quanto prolíficas, e é tão angustiado quanto delicioso correr atrás dos novos discos desses artistas ao mesmo tempo em que tentamos nos atualizar com os discos anteriores. o da vez é wow!, mini-lp do jackie-o motherfucker relançado agora em conjunto com o ep the magick fire music. interferências de estática, toca-discos, melodias de guitarra "cinematográficas", aquela imprevisibilidade que se sente sempre ao ouvir uma sessão improvisada em que as linhas básicas não nos são dadas de partida. longa vida ao improv-rock.
 
sexta-feira, agosto 13, 2004
 
vozes irritantes
a maioria das cantoras e cantores que as pessoas dizem ter voz irritante não me incomodam. björk, diamanda galas, blonde redhead, mercury rev, etc., figuram todos num panteão musical bem alto pra mim. claro, tem alguns/algumas cantores(as) que se excedem na irritação, sendo necessário todo um período de aclimatação pra começar a de fato gostar do artista. acho que o exemplo mais notável disso é o cranes, com os agudos assombrosos da cantora allison shaw. apesar da dificuldade inicial, todos os arranjos eram feitos para arrumar uma casa para a voz, tanto nos momentos de tempestade quanto nos de brisa leve (o grupo chegou a esses dois extremos como poucos). o blonde redhead, por exemplo, já me acostumei a recomendar aos novos ouvintes um pouco de paciência com os vocais, porque pra muita gente demora mesmo a aceitar (e pra muita gente é motivo de recusa imediata... é uma posição, mas não sabem o que estão perdendo). vale lembrar também a nico que, se era aceitável no primeiro disco do velvet underground por uma certa forma naïf de cantar, nos discos solo (cf. a obra-prima "janitor of lunacy") abandona a intimidade e entra em modo declamatório, incomodando muita gente e deslumbrando uns poucos sortudos. o mesmo vale pra carreira pós-80 do scott walker. ouvi minha primeira música cantada por joanna newsom, "peach, plum, pear", e me pareceu inicialmente só irritante mesmo. ainda esatou baixando o disco, pretendo dar uma ouvida melhor, mas a primeira coisa que me chocou foi: por que colocar esse cravo, só pra deixar a voz mais seca e difícil? respostas no futuro... uma descoberta pra agora é jolie holland, que merece um post próprio.
 
quinta-feira, agosto 12, 2004
 
la folie medulla
não são poucos os sites que já oferecem a letra para "desired constellation", a mais difundida das novas faixas do novo disco da björk, medulla. outras duas, supostamente gravadas de um programa de rádio na bbc, também são disputadas a tapa pelos programas peer-to-peer. a verdade é que falta pouco tempo para o lançamento do disco e ainda sabe-se muito pouco sobre o que será medulla na verdade. perfeccionista ao extremo e adepta extremista do ditado que diz que "pedra que rola não cria limo", nunca se sabe muito bem qual é o próximo passo da cantora, e nunca dá pra saber se a versão que estamos ouvindo é aquela que vai estar tal e qual no disco. sabe-se que, além do matmos, que produziu o disco anterior, em medulla participam mark bell e mais alguns produtores que eu nunca ouvi falar. e sabe-se também que ela divide a voz com algumas outras participações especiais (robert wyatt e mike patton, entre outros).
a lista das músicas é a seguinte:
01 pleasure is all mine (vazada como versão da bbc)
02 show me forgiveness (supostamente já vazada, na fila)
03 where is the line (vazada, sabe-se lá se em versão final)
04 vökuró (supostamente já vazada, na fila)
05 öll birtan
06 who is it (supostamente já vazada, na fila)
07 submarine
08 desired constellation (vazada, sabe-se lá se em versão final)
09 oceania
10 sonnets / unrealities XI (poema do e.e. cummings musicado)
11 ancestors
12 mouth's cradle (vazada como versão da bbc)
13 miðvikudags
14 triumph of a heart (vazada em versão demo)
tudo isso pra dizer que, com todas as precauções necessárias – ou seja, sabendo que podem não se tratar das versões totalmente finalizadas – o disco parece bacana pra caramba. "mouth's cradle" deve ser baixada imediatamente. e, não custa dizer, björk está cada vez mais experimental.
 
segunda-feira, agosto 09, 2004
 
há uns meses atrás, o marcus martins postou num comentário sua admiração por devendra banhart. eu não conhecia nada, daí depois baixei os dois discos que ele lançou. na época preferi ouvir o primeiro, oh me oh my, numa daquelas estratégias marotas de acompanhar o artista desde o princípio, etc. até ouvi o segundo disco, depois, mas naquele momento o conjunto dos dois discos não produziu nenhuma sensação especial. ouvindo agora, sozinho, rejoicing in the hands é uma daquelas pérolas brutas que precisam de um tempo para assentar no nosso campo de visão até que consigamos ter uma imagem suficiente do conjunto. a voz lembra marc bolan, o descompromisso lembra o antológico madcap laughs do syd barrett, a força do cantar evoca os blueseiros antigos, com skip james, ou uma cantora contemporânea como pj harvey, mesmo que a referência principal, ou o filão "comercial", seja o country alternativo.
as comparações de que ele seria um novo nick drake são descabidas e misleading (alguém acha um bom equivalente em português pra essa palavra?). por mais que na obra dos dois músicos a gente pareça compartilhar um bom quinhão da intimidade deles quando os ouve, essa intimidade funciona em níveis bem diferentes. em devendra banhart, não é tanto questão de delicadeza e melancolia do que de uma exposição crua, nua, uma exteriorização um tanto rebelde que não encontra paralelo nas canções de drake. "this beard is for siobhan" é um clássico imediato. é impressionante o que esse sujeito consegue fazer simplesmente com sua voz e seu violão (na maior parte do disco é só o que ouvimos), um jorro de expressão pessoal que destoa absolutamente da grande maioria dos artistas que aparecem hoje em dia porque parece que a música é só algo que vem para preencher a pose e a "atitude". aqui ela é o centro, as melodias simples e diretas, o violão tocado de uma maneira que lembra por vezes os primeiros discos de leonard cohen, a forma de cantar, tudo isso faz de rejoicing in the hands um desses discos que a gente guarda com cuidado e ouve sempre que for necessário.
devendra banhart vai lançar ainda esse ano o disco seguinte, nino rojo (vale lembrar que ele canta também em espanhol, como atesta aqui em "todo los dolores"), gravado nas mesmas sessões desse rejoicing e já vazado na internet, suspeitamente sem o nome das faixas. desde já um dos nomes de 2004. "a sight to behold", "the body breaks", "fall" são dessas músicas que nos carregam ao longo dos meses.
devendra banhart está aí para ser vampirizado, pessoas. cada música sua parece oferecer o pescoço, apostando tudo a cada jogada, pouco ligando para saber se algum canino afiado está interessado em completar o ato. nesse mundo de plástico e sangue de barata da era da música corporativa (onde até os "independentes" parecem mais corporativos e sem sangue do que os artistas do mainstream), esse não é um dos gestos menos louváveis. afiem os dentes, mas estejam preparados para o que vem aí.
 
terça-feira, agosto 03, 2004
 
que porra é essa?
então a gravadora tzadik, uma das mais importantes em música boa do mundo, lança um disco-tributo ao jacob do bandolim e ninguém noticia? esse tributo faz parte da série chamada great jewish music, que já homenageou burt bacharach e marc bolan, entre outros. entre os tributários de jacob, o grande violonista tim sparks e nosso brasileiro no seio do jazz experimental novaiorquino, cyro baptista. ainda não tem no soulseek e eu aqui, doido de vontade de ouvir.
 
domingo, agosto 01, 2004
 
loiras, ruivas e morenas
confesso que nunca ouvi blonde redhead com cuidado. só as credenciais já me fazem sentir culpado: nome retirado de música do dna (não o grupo de produtores dance, mas a banda no-wave do arto lindsay), banda descoberta pelo steve shelley, baterista do sonic youth, etc. zezinho que falou pra eu ouvir esse misery is a butterfly. ele colocou o disco na íntegra pra tocar antes do show do hurtmold (excelente show, excelente banda, comprei os 3 cds on location, em breve escrevo alguma coisa), e não funcionou muito. já tinha baixado o disco, mas não ouvido. então, ontem, peguei o cdzinho de mp3 e o blonde redhead só tocou porque era alfabeticamente o primeiro do cd. atração imediata, que em poucos minutos e só duas faixas foi o suficiente para se transformar em paixão fulminante. ecos de pale saints, my bloody valentine circa 1988, mercury rev, sonic youth, e ainda assim uma originalidade e uma sutileza suprema no trabalho de detalhes e timbres que me ganhou de primeira. hoje mesmo tá difícil de querer ouvir outra coisa. o trabalho percussivo é fenomenal, as melodias têm uma espécie de melancolia quente que fascina, uma delicadeza recentemente só encontrada (por mim, ao menos) no broadcast, uma candura que – ao contrário da maioria das bandas que fazem indiepop ou indierock – não parece ser gênero, mas algo genuíno e trabalhado de maneira austera (essas bandinhas indie são tão autocomplacentes, e não burilam quase nada). misery is a butterfly é uma gema talhada nos seus mínimos detalhes. valeu, zé!
ps.: em compensação, ouvi o disco novo do orbital e é um lixo. o único motivo pelo qual eu nãop falo que eles deveriam ter acabado depois do in sides é o fato de que eles tocaram no frijez e a apresentação foi bem legal. mas esses últimos disquinhos deles, hein? triste imaginar que eles já fizeram diversions, snivilization ou os primeiros...
 
 
água doce
o terceiro disco de jazz que me deixou embasbacado nos últimos dias é a nova parceria do spring heel jack com o blue series continuum, sweetness of the water. dessa vez, nada de matthew shipp no piano, e nada de piano. quem compõe o time aqui são evan parker (sax), john edwards (baixo), mark sanders (bateria) e wadada leo smith (trompete), os três últimos, se não me engano, colaborando pela primeira vez com esses dois britânicos que já foram drum'n'bass algum dia. ouvi o disco pela primeira vez há uns dois meses e simplesmente não tinha batido. tinha gostado, mas só. me pareceu estranho e eu não conseguia concatenar o que faltava, mas me parecia faltar alguma coisa. ouvi agora, no diskman, e qual não foi o júbilo de perceber que eu estava completamente enganado e que esse é um admirável sucessor da mega-obra-prima live lançada no ano passado (e que os freqüentadores desta casa sabem que é meu disco preferido do ano pasado). o lance é chegar direto em "lata" (faixa 3), com evan parker tocando seu saxofone circular sobre uma base criada por coxon/wales. a música pode servir como uma espécie de antecâmara para "pendulum music" do steve reich: quase tão difícil de ouvir, tão repetitiva em seus motes, e ainda assim quanta beleza que sai destilada disso tudo. a tamanha variedade estilo e método de composição de uma faixa pra outra é coisa difícil de se encontrar em discos hoje em dia, mas aqui ela encontra livre curso, e a quarta faixa é um dueto de bateria com guitarra trabalhada (mas que bem pode ser só computador também) que lembra muito mais varèse do que a maior parte das coisas feitas em jazz. desde já um dos grandes discos do ano, e o projeto de mr. shipp tem altas possibilidades de figurar dois discos nas listinhas de melhores do ano em todo o globo: além desse, tem ainda o high water, do el-p (que também é ótimo).
 
 
às vezes eu tenho surtos de audição. acho que todo mundo que gosta de música tem. o meu mais recente foi jazz. nele, aproveitei pra ouvir ou reouvir muita coisa, e descobri duas pérolas raríssimas de sensibilidade e força. na ordem de chegada, o primeiro foi black fire, do andrew hill. simplesmente não dá pra parar de escutar esse disco. andrew hill no piano, roy haynes na bateria, joe henderson no saxofone tenor e richard davis no baixo fazem desse disco um item obrigatório para fãs do segundo quinteto do miles davis ou de qualquer coisa que remotamente lembre pós-bop, jazz modal ou a retomada do hard bop no começo dos anos 60. composições fenomenais, improvisações classudas e sóbrias as hell, mas mesmo assim com um fogo inacreditável. um disco pra figurar no panteão, sem dúvida.
outra região misteriosa do jazz é alice coltrane. considerada por muita gente apenas uma excentricidade do marido que tomou vida própria, senhora alice ao contrário construiu seu prenome com muita competência e personalidade. seus discos como líder de banda depois da morte do sr. coltrane são incrivelmente diferentes da proposta do marido, mais próximos até de um fela kuti mais lírico mas tão viajandão quanto. em ptah, the el daoud, que conta com ron carter (baixo), joe henderson (sax tenor e flauta, ó ele aí de novo), pharoah sanders (sax tenor e flauta) e ben riley (bateria) completam o time, dona alice atacade piano mas também de harpa, em "blue nile", e faz um disco hipnótico, quase ritualístico e espiritual (nesse sentido seguindo a proposta do cônjuge, mas trilhando um caminho diferente), bem acessível até a não-fãs de jazz, uma vez que parece dialogar com o soul psicodélico dos anos 70. senhor disco.
 
 
baden, better than colin
os trabalhos mais conhecidos de smokey hormel são temas para alguns filmes de david lynch, como twin peaks (os últimos dias de laura palmer, o longa de 1992), o curta the cowboy and the frenchmen e história real. ele também já foi guitarrista do beck e do tom waits, entre outros.
miho hatori é metade do cibo matto, dupla à qual eu nunca prestei muita atenção, nem quando veio ao brasil junto com o sean lennon se apresentar no festival de inauguração do sesc de santo amaro, lá em são paulo (aliás, foi um alcoholiday daqueles, com mil histórias pra contar, genu virando exposição, eu vendo bienal com lente de contato em um só olho, rodízio self-service baratinho com caipirinha gratuita... neguinho wazted total...). a miho virou assunto pra mim quando ela gravou "night light" pra (bela) coletânea urban renewal program e a música grudou direto e não saiu mais (tanto na versão original quanto na versão levemente remixada pelo scott herren, aka prefuse 73, aka savath & savalas, que eu prefiro).
juntos, smokey & miho criaram uma gravadora e lançaram através dela dois ep's. o nome da gravadora não pode dar melhor definição da proposta da dupla: os afro sambas. um dos ep's é basicamente de versões desse fenomenal disco lançado em 1966 por baden powell a vinícius de morais. o outro é de composições próprias, mas fartamente inspirado pela sonoridade desse disco. daí eles tiveram a brilhante idéia de juntar os dois ep's e lançá-lo como um disco so sob o nome... the two ep's! só eu acho graça nisso? nada fundamental, mas uma audiçãozinha bem bacana. nem que seja para recolocar na roda de audição o original.
 
 
a passagem periódica no site da anticon me informa que lançaram o disco do passage, the forcefield kids. é diferente o suficiente para ser lançado pela anticon, mas ao mesmo tempo parece tanto (e sem um brilho mais particular) com as coisas já lançadas pelo selo. passage é uma aquisição nova dessa que é a gravadora de hip-hop underground mais radical e interessante do momento (se bem que a britânica lex, ou a mush, ameaçam assumir o posto a qualquer momento), e diz-se na página pessoal do artista que é o primeiro rapper a ser diretamente influenciado pelos lançamentos da anticon. acaba parecendo demais com as coisas que o why? lança sozinho, o que não é exatamente algo que se recrimine, mas diminui a força. vale dar uma ouvida.
mas o disco da anticon que realmente bateu bem foi o disco de remixes que os themselves lançaram há um tempo atrás, the no music of aiffs. no cardápio de remixadores, the notwist, hrvatski (aka keith fullerton whitman), além dos colegas de gravadora why?, odd nosdam e alias. e, claro, como eles são insanos, o disco começa com dois remixes feitos pelos próprios themselves. eles, dose one e jel, já tinham a clássica "it's them!", mas nenhum disco dessa dupla tinha me interessado como as outras aparições do dose one (o disco com o boom bip, o cLOUDDEAD). talvez eu simplesmente não goste muito da produção do jel, um tanto sem nuances. ouvir essas músicas remixadas faz com que elas alcancem outros níveis de interesse, pra melhor. disquinho bacana, esse. e já que estamos falando de remixes e dose one, convém lembrar que o boards of canada fez um remix pra "dead dogs two", do disco mais recente do cLOUDDEAD.
 

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ao meu jeito eu vou fazer um samba sobre o infinito /// e eu nem sei que fim levou o meu -- risos /// quanto mais conheço o homem, mais eu gosto do meu cão ///

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