pra coisa nenhuma. mesmo.
segunda-feira, abril 30, 2007
 
naturalmente agora todo mundo está ouvindo e reouvindo o(a) volta da björk. eu ouvi uma vez e ainda preparo um momento mais calmo para ouvir mais detidamente. não vão faltar comentários ao disco. aposto que todo blog já deve ter se apressado pra dar seus julgamentos. mas como eu sou ixprito de porco (schweinegeist na língua em que se filosofa) eu vou é chamar a atenção para um disco que tá meio passando em branco em toda essa euforia islandesa, mas não devia: cendre, do christian fennesz com o ryuichi sakamoto. todo mundo que já ouviu um disco do fennesz sabe que o sujeito não dá ponto sem nó. as pessoas geralmente se lembram dele pelas polêmicas "versões" de rolling stones e beach boys, mas nunca pararam para ouvir hotel paral.lel, o disco dos numerinhos, endless summer ou venice, que até agora me parecem ser a melhor mistura do teor abrasivo da música "glitch" com um lirismo nada óbvio. vamos dar um pouquinho de atenção ao austríaco porque ele merece.
 
sexta-feira, abril 20, 2007
 
digam obrigado tio ruy
curiosamente, ouvindo a música "the all golden", do primeiro disco do van dyke parks, song cycle, eu lembrei da joanna newsom e bem imaginei que a participação dele no disco bem poderia ter sido dada por esses pequenos trechos de harpa que abrem e fecham a música. aliás, song cycle é uma obra-prima absoluta. não sei como me deixaram chegar aos 31 anos de idade sem jamais ter ouvido esse disco. crime inafiançável contra a humanidade. mas, bem, eis que eu novamente me lembro da joanna e olha o que me aparece:
http://rapidshare.com/files/24469284/Joanna_Newsom___The_YS_Street_Band.zip
divirtam-se
 
terça-feira, abril 17, 2007
 
leituras obrigatórias
sabe como é, um link vai puxando um outro, uma página vai puxando outra, as referências só aumentam e as tuas listas de soulseek e emule ficam em polvorosa. a página que começou tudo isso foi essa aqui, ó: tisue.net/orourke. impossível não ficar bolado com o sem-número de referências, até para quem segue de perto o trabalho do jim o'rourke, o que venho tentando fazer há alguns anos. mas o cara sempre ultrapassa, de alguma forma. de john fahey a whitehouse, de toru takemitsu a merzbow, de autechre a conrnelius cardew, passando naturalmente pelos artistas de música improvisada e por conjuntos de indierock, a extensão do domínio musical do sujeito é absurda, só ultrapassada pelo extremo bom gosto e uma real inteligência na vivência artística. lendo em entrevista no site suicide girls sobre sua relação com música, com academia, com week-end do godard (sim, o cara não é só cabeçudo musical não), jo'r mostra um rigor fantástico nos tratos com a bola. no mais, a gente passa no site da warp e percebe que a nova aposta da gravadora no terreno eletrônico é battles (que desconheço), e passando no site da anticon (que ultimamente anda com a bola muito mais cheia que a warp, tendo lançado bracken no começo do ano), a nova cartada da gravadora é thee more shallows, que debutará na gravadora com seu terceiro disco. confesso que não ouvi os outros dois, mas já está na lista pra baixar e já estou salivando com antecipação. também está por vir uma coletânea de remixes do alias, é pra ficar atento. no mais, curioso com a menção de nosso amigo mm (que não é marilyon monroe, maurício mattar e tampouco midsummer madness), ouvi black moth super rainbow, disco start a people, e gostei, de uma maneira esquisita, meio tongue-in-cheek (vocais processados meio sem graça, um setentismo meio piegas), mas o projeto é mais interessante do que parece, e é definitivamente melhor que air, que é a comparação que vem primeiro à mente. ó só: fiquem atentos porque kieran hebden voltou a gravar como fridge, e já apareceu pra baixar (creio que na pitchfork mesmo) a faixa "eyelids", que é bem bacana. pra quem anda com saudades do four tet...
 
domingo, abril 15, 2007
 
superperry scratchstar
o que é uma revelação? o que é carisma? como fazer da sandice um objeto de culto e empatia? bem, são perguntas bem complicadas, mas ser gênio ajuda. assim, no circo voador não vimos um show de reggae mas assistimos a uma espécie de ritual insano, com nosso amado lee perry como uma mistura de antônio conselheiro e arthur bispo do rosário, mestre de cerimônias, comandante da liturgia de uma religião profana. como todo ritual assim, é o espaço do imprevisível, mas enquanto dura é sem preço. foi curto? claro. todo mundo queria mais. mas esse tipo de sadismo faz parte do processo, o ocultamento é intrínseco à mística. e lee perry é um místico, muito mais poróximo de daminhão experiênça do que poderíamos imaginar (na postura com a música, não no talento, naturalmente). hoje, pós-evento, o jeito é se lembrar do acontecido ouvindo the upsetter and the beat, que restitui a fala desconexa, o livre fluxo dadaísta da fala solta, que está menos pra poesia de botequim do que pra escrita automática mesmo. e uma escrita liberatória. "i hijack time", diz ele em "welcome aboard", que abre o disco. claro, todo êxtase necessita de uma dilatação temporal, uma relação que faz o tempo sair de seus gonzos, conforme a fórmula tão querida de deleuze lendo kant. mas a minha preferida do disco é a solar "coming in from the cold". scratch forever.
 
sexta-feira, abril 13, 2007
 
timbaladino
timbaland presents: shock value tá lançado e ouvido, não é exatamente um disco coeso, muito menos um disco todo bom. mas isso é o blablablá de todo mundo, que justificadamente lamenta a incursão dele ao fazer colaborações com terríveis grupos de rock como fallout boy e she wants revenge. as musiquinhas mais mellow também não são exatamente grandes momentos, mas tudo é perdoado num disco que tem pérolas como "give it to me" e "release", que desde já eu coloco como duas das melhores canções do ano. o sujeito tem o dom da produção, e faz até com que a gente esqueça que a voz da nelly furtado é enjoativa e que o agogô saltitante é saído direto de uma música (excelente) do rapture. nessas canções, está tudo lá. o timbaland é um desses momentos fantásticos da arte em que o mainstream encontra a vanguarda, como "tomorrow never knows", como os pássaros do hitchcock, como miami vice do michael mann.
no geral, ainda tou ouvindo (e digerindo) o belo e denso disco do el-p, i'll sleep when you're dead; ouvi o projeto grinderman do nick cave e achei bom mas nada tanto a acrescentar; maximo park, que lançou segundo disco, our earthly pleasures, é superior a esses outros novos grupelhos de rock, com um charme meio supergrass, mas é meio insuficiente e o disco novo não tem nada como "apply some pressure"; gostei do disco novo do low mas não bateu forte; e sarah vaughan com clifford brown (a celebration of blues) é a suprema elegância em forma de som. mais que isso, na verdade. faz você inventar amores nem que seja para abraçar ao som de "embraceable you".
 

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ao meu jeito eu vou fazer um samba sobre o infinito /// e eu nem sei que fim levou o meu -- risos /// quanto mais conheço o homem, mais eu gosto do meu cão ///

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