pra coisa nenhuma. mesmo.
muita música nova chegando
enquanto ouço o disco novo do
múm, comento agora de outros lançamentos que ando baixando.
novo do
squarepusher, ultravisitor delineia um caminho um tanto imprevisível da parte de tom jenkinson. os últimos discos dele seguiam um caminho mais para o eletrônico e o conceitual, enquanto esse é disparado o mais acústico e jazzístico que squarepusher jamais foi. diversas músicas gravadas ao vivo, baixo e bateria várias vezes como únicas células sonoras (e funciona!). mas ultravisitor não está a uma distância tão longa dos outros discos. a mesma insanidade drill'n'bass (rótulo bobo como todos os rótulos, mas que explica um pouco do que o cara faz, além de ter o privilégio de ser engraçado sem ser pejorativo) de sempre, os teclados de ambiência que ele adquiriu no contato com o richard d. james, tá tudo lá. falta ao squarepusher, entretanto, aquilo que alçou aphex twin ou prefuse 73 ao estrelato da eletrônica experimental: músicas reconhecíveis logo no primeiro contato e discos coesos. tom jenkinson é um inventor tão grande quanto scott herren ou richard james, só precisa de um pouco mais de foco... ou de um público mais exigente... em todo caso, seus discos são tão inspiradores quanto os de seus colegas de selo. falando em selo, a warp anda lançando disco atrás de disco. fãs do duo
broadcast devem procurar um ep de ambiências que a banda acaba de lançar chamado microtronics. fãs de prefuse 73 devem correr atrás do novo disco de um dos outros projetos de scott herren,
savath & savalas... o disco se chama apropa't. como teaser do disco,
squarepusher lançou um ep de 3 faixas chamado squarewindow, duas delas inéditas. além do
plaid, claro, que lançou no final do ano passado o spokes.
saindo da casa mas permanecendo no território, a
rephlex (gravadora do richard d. james) acaba de lançar uma compilação com muitos de seus artistas, incluindo
luke vibert,
dmx krew e
astrobotnia (além de uma faixa do próprio james, sob o seu mais famoso psudônimo,
afx - a faixa chama-se "mangle 11"). o disco chama-se rephlexions.
alé disso, disquinho novo do
lali puna, faking the books. aliás, a gravadora morr tá de parabéns pelas coisas que anda lançando. conseguiu instituir um padrão de eletrônica mais etérea mais orientada para canções (ms. john soda, the notwist, etc.) e lançou duas compilações duplas muito legais, putting the morr back on morrissey e blue skied an'clear (tributo ao slowdive), de onde saiu a enormidade que é a versão de "40 days" do lali puna. e não dá pra esquecer que o
múm tb grava por lá... em tempo, o disquinho não é em nada inovador, mas é interessante o suficiente... nenhum "please sing my spring reverb", "land between solar systems" ou "asleep/awake on a train" ou "smell memory" até agora (faixa 7). even so, rather nice.
em tempo: se estiverem com dificuldade de baixar alguma das coisas que comento, me procurem para que eu disponibilize novamente, ok?
música de margarina
essa é a primeira impressão de ter ouvido o disco novo do
stereolab, margerine eclipse. visto como um todo, não tem densidade nenhuma, parece um desses grupinhos new-bossa misturando suas influências com eletrônica lo-fi. ok, essa é a crítica rasteira que costumeiramente é feita à obra completa do grupo. mas desde que eles vieram ao brasil (ou seja, pós-sound dust) parece que eles se empenham em fazer com que seus detratores tenham razão. o
songmaking (que não é bom) sempre ganha privilégio sobre a criação de climas, e resta dizer que o disco revela uma banda que, cansada de achar novos caminhos, se contenta com os antigos e facilmente trafegáveis. pena. talvez uma segunda audição prove o contrário, mas não creio que vá haver segunda audição.
discos que já estão aparecendo na internet:
múm - summer make good
lali puna - faking the books
e ó: respondendo a uma pergunta que eu mesmo fiz, em 2003 o
doseone lançou 4 ep's com o pseudônimo
subtle (autmn ep, summer ep, winter ep, spring ep) e um livro, que era acompanhadno de um cd (the pelt). difícil de achar na internet, mas não impossível.
alerta geral: cLOUDDEAD novo na área
os leitores desse weblog bem sabem que eu só abro exceção de maiúsculas para esse trio de mc's que fez o disco de hip-hop mais experimental da história (o primeiro, homônimo, dividido em seis segmentos de duas partes cada, inicialmente lançado como seis compactos de dez polegadas). pois bem, depois de mil projetos "paralelos" (paralelos não pode ser escrito sem aspas nesse caso porque não se trata propriamente de grupos no coletivo
anticon, mas antes de coligações entre mc's e dj's que sempre recebem nomes diferentes) como
reaching quiet e
hymie's basement e discos solo (oaklandazulasylum do do
why?, no more wig from ohio e miss ohio's nameless ep do
odd nosdam – o que andou
doseone fazendo nesse período todo?).
mas na verdade nada disso importa. importa que o novo disco do
cLOUDDEAD, chamado ten, acaba de tocar aqui no meu winamp e é extraordinário. a mesma esquisitice do primeiro disco, o mesmo misto de experimentalismo lo-fi, vocais falados mais do que rapeados, menos samples engraçadinhos, mas acima de tudo o mesmo nível de estranheza que provocou o álbum de estréia do trio. "rifle eyes", "pop song" e "physics of a unicycle" impõem-se na primeira audição, mas tudo pode mudar. o ano nem começou e esse já está pronto para figurar lá no topo das listas...
(em tempo: todo mundo da imprensa que passou direto pelo primeiro disco deles deve cair de quatro por este, criando – tomadas as devidas proporções de acessibilidade da obra, claro – uma espécie de repetição do fenômeno private press do dj shadow em 2002. estejam atentos... )
melhores do ano em música para joseph ghosn, meu crítico preferido do les inrocks:
rock/hip-hop/eletrônicos
molasses a slow messe
radiohead hail to the thief
animal collective spirit the're gone, spirit they've vanished
k.i.m. miyage
autechre draft 7.30
r. villalobos alcachofa
four tet rounds
the rapture echoes
lfo sheath
khanate things viral
"musiques"
john fahey red cross
william basinksi the river
ryoji ikeda op.
rhythm & sound the artists
v/a studio one roots
eliane radigue geelriandre; adnos I-III
reverend charlie jackson god's got it
el-p + blue series continuum sunrise over bklyn
san agustin the expanding sea
rhys chatham an angel moves too fast to see
melhores do ano de música não pop/jovem para a revista
les inrockuptibles
1.
al green i can't stop
2.
rhythm & sound the artists; the versions
3.
terry hall & mushtaq the hour of two lights
4.
rokia traoré bowmboi
5.
lhasa the living road
6.
pascals abiento
7.
john greaves the trouble with happiness
8.
cedric im brooks & the light of saba cedric im brooks & the light of saba
9.
jaga jazzist the stix
10.
oumou sangaré oumou
11.
jun miyake glam exotica!
12.
juliette gréco aimez-vous les uns les autres ou bien disparaissez
13.
clogs lullaby for sue
14.
nlf3 trio viva!
15.
carlinhos brown ...é carlito marron
16.
esbjörn svensson trio seven days of falling
17.
john fahey red cross
18.
ibrahim ferrer buenos hermanos
19.
lizz wright salt
20.
jon brion punch-drunk love
melhores do ano de rock-hip-hop-eletrônica para a revista les inrockuptibles
1.
white stripes elephant
2.
blur think tank
3.
outkast speakerboxxx/the love below
4.
the rapture echoes
5.
the kills keep on your mean side
6.
cat power you are free
7.
missy elliott this is not a test
8.
buck 65 square / talkin' honky blues
9.
radiohead hail to the thief
10.
hot hot heat make up the bedroom
11.
the bellrays the red, white and black
12.
molasses a slow messe
13.
lfo sheath
14.
the coral magic & medicine
15.
m. ndegéocello comfort woman
16.
stupeflip stupeflip
17.
kings of leon youth & young manhood
18.
cody chesnutt the headphone masterpiece
19.
ellen allien berlinette
20.
the distillers coral fang
21.
parsley sound parsley sounds
22.
matmos the civil war
23.
cali l'amour parfait
24.
robert wyatt cuckooland
25.
jean-louis murat lilith
26.
colder again
27.
diam's brut de femme
28.
a silver mt. zion this is our punk-rock
29.
plaid spokes
30.
four tet rounds
31.
grandaddy sumday
32.
common electric circus
33.
the warlocks phoenix
34.
i monster neveroddoreven
35.
adam green friends of mine
36.
mojave 3 spoon and rafter
37.
the strokes room on fire
38.
terry hall & mushtaq the hour of two lights
39.
syd matters a whisper and a sigh
40.
the black keys thickfreakness
41.
r. villalobos alcachofa
42.
audio bullys ego war
43.
massive attack 100th window
44.
joe strummer & the mescaleros streetcore
45.
josh rouse 1972
46.
(smog) supper
47.
dizzee rascal boy in da corner
48.
placebo sleeping with ghosts
49.
m83 dead cities, red seas & lost ghosts
50.
muggs dust
negligência destrói freqüencia de leitura de blogs, afirmam especialistas
lamentavelmente o homem que tecla estas linhas vem demonstrado um desinteresse crescente por seu blog no presente ano. não que não tenha lá suas desculpas. afinal, aniversário, instalação do velox, problemas com a telemar (nããããão... sério?), dramas com cápsulas e agulhas de vitrola, diskman de mp3 no conserto, tocador de cds da aparelhagem de som não funcionando direito... o que não me impediu de ainda assim conseguir ouvir muita coisa nesse novo ano.
a primeira paixão do ano passou por violões. além de prolongar no novo ano a fascinação que exerceu o masada guitars (
bill frisell, tim sparks, marc ribot) sobre mim, ainda descobri (tinha comprado uns meses atrás) a pérola tempo feliz, disco de
baden powell com auxílio luxuoso de
maurício einhorn. um outro bem-vindo disco duplo do baden da coleção a arte de..., uma coletânea do
waldir azevedo e dois do
paulinho nogueira estavam esperando na fila quando a agulha me começa a falhar. onde é que se vai parar?
na seara das músicas obtidas via computador, ando ouvindo dois discos bem interessantes. no p or d da dupla
ms. john soda. no fundo no fundo é the notwist com voz de mulher. atenuantes: um dos caras era do notwist e a banda faz musiquinhas muito bem amarradas. possível fonte de setlist pra festa da maldita.
um que sempre me interessou mas nunca me impressionou muito foi o
plaid. essa dupla da warp records já tinha lançado esse ano parts in the post, coletânea de remixes (boa) que acabou eclipsada pela (melhor) do aphex twin, e lançaram no final do ano o spokes, um disquinho que aproxima a dupla do som mais cerebral de gente como autechre ou microstoria. ouvi uma vez, ainda no computador (diskman ainda no conserto), e não bateu tão forte. será que ouvindo mais algumas vezes belezas secretas começarão a surgir... a continuar...
melhores do ano, leitores do blog
alguém ainda tá lendo esta bodega? e para
vocês, quais foram os melhores discos e canções de 2003? feliz 2004 pra todos.
primeiro disco fenomenal que eu ouço em 2004:
david s. ware string ensemble threads
